A ciência dos encantados

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Nos caminhos da Jurema

Lançamento do livro “Nos Caminhos da Jurema”, 15/12/2008, PUC, RJ. Vídeo da minha avó no catimbó que infelizmente não pude conhecer. Espera aí na Jurema Vó Abigail Kanabogy que um dia eu chego aí!

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Salve o Mestre Malunguinho, “que a Jurema manda”!

Existe uma toada na Jurema que versa assim: “Malunguinho tá de ronda / Quem mandou foi o Jucá / Malunguinho tá de ronda / Que a Jurema Manda / Ô que a Jurema manda”…
Portanto, sabemos que ele, como uma das divindades centrais desta religiosidade do nordeste do Brasil tem forte fluxo na Cidade do Jucá, um dos sete Reinos encantados espirituais da Jurema. Na verdade Malunguinho está na porta central, como àquele que permite a entrada e também pode não permitir a passagem para dentro das Cidades, ou para dentro dos Reinos da Jurema Sagrada. Também pode não permitir a saída de lá…

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Existe EXU na Jurema?

Sempre que vou dar uma palestra, sempre alguém me pergunta: existe EXU na jurema? E eu sempre digo: a Jurema é um culto de caboclos e mestres, porém nada impede que os exus incorporem, embora a de se ter ciência de que os guardiões de nosso culto não são esses.

OK, meus irmão juremeiros, juremistas e juremados: não é possível dizer que os nosso guardiões Exus são parte do culto a Jurema. Até porque não vamos confundir o camdomblé ou a umbanda com a Jurema Sagrada e com os guardiões dos portais da Jurema, porém as vezes por uma necessidade, a nossa amada Mãe Jurema acomoda essas entidades, assim como a umbanda acomoda Zé Pelintra como Exu, embora seja de fato um mestre na Jurema.

Sendo assim, que tenhamos discernimento para compreender que nem historicamente nem fundamentalmente podemos dizer que os mestres esquerdistas são Exus. Não há comparação! São esses últimos cultuados dentro de outras egrégoras, que são distintas e posteriores ao catimbó. E mesmo após a chegada dos negros no Brasil, sendo incorporada a magia africana também em nosso culto, não são os Exus os seus maiores representantes e sim os Pretos Velhos com suas mirongas. E todos tiveram contato com a Jurema em vida, ainda que em seu limiar.

Portanto, quando me perguntar: o Exu pode incorporar na jurema? Sim, por uma necessidade. O Exu FAZ PARTE do culto à Jurema, também denominado de catimbó: NÃO, não faz.

É este o meu alô!

Evangelho de Maria Madalena

O apego à matéria gera uma paixão contra a natureza. É então que nasce a perturbação em todo o corpo; é por isso que eu vos digo: Estejais em harmonia… Se sois desregrados, inspirai-vos em representações de vossa verdadeira natureza. Que aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça.Após ter dito aquilo, o Bem-aventurado saudou-os a todos dizendo:Paz a vós – que minha Paz seja gerada e se complete em vós! Velai para que ninguém vos engane dizendo: Ei-lo aqui. Ei-lo lá. Porque é em vosso interior que está o Filho do Homem; ide a Ele: aquele que o procuram o encontram. Em marcha! Anunciai o Evangelho do Reino.(Evangelho de Maria Madalena)

Em 1945, em Nag Hamadi, no alto Egito, foram encontrados, em língua copta, os evangelhos de Tomé e de Maria Madalena. De Maria Madalena, infelizmente, o texto está fragmentado. A presença de tantos textos fragmentados pode ser atribuída, além de outros fatores, aos decretos e recomendações papais solicitando o não uso desses textos pelos cristãos. É conhecido o decreto Gelasiano (referente ao Papa Gelásio – falecido em 496), contendo uma lista de 60 livros apócrifos do Segundo Testamento, os quais os cristãos deveriam evitar. E muitos livros apócrifos foram para a fogueira. Daí a importância de se encontrar um livro como o de Maria Madalena, guardado e conservado por tantos anos.

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O Justiceiro Encantado

Mestre Dioguinho (Capitão Diogo da Rocha Figueira), autodenominado “o Condor”, encantou-se em 01 de Maio de 1897, no Rio Mogi (SP). Justiceiro, maçom e devoto de Nossa Senhora, Seu Diogo tornou-se lenda por todo o sertão paulista e além.
Depois do seu encantamento, pois seu corpo jamais foi encontrado, este Mestre aparece aqui e acolá, nas profundezas das matas e nas beiras dos rios, mantendo a chama de sua fama até hoje.
Nas Mesas de Jurema Sagrada aparece raramente. É Mestre de Fumaça da Esquerda, trabalhando com punhal, laço de couro e fumando bom tabaco. Usa chapelão preto, tem modos finos, mas é severo, extremamente justo e de olhar penetrante e frio, quase impossível de se encarar.
Em vida, em algumas ocasiões, ostentava seu colar macabro: um fio de orelhas cortadas e secas, troféu legado por seus infelizes inimigos.
Recordado pelos seus fiéis admiradores e seguidores, cantado em prosa e verso, imortalizado pela Literatura Popular (é personagem dos cordéis nordestinos e de vários livros de aventuras pelo Brasil adentro), Seu Diogo continua sua jornada mística, em busca da justiça ao oprimido, ao perseguido e ao mais fraco.
Sua alma se juntou a uma centena de Mestres, Caboclos e outras entidades do Mundo Invisível, que guardam a terra brasileira e promovem a luz e a bondade.

Informações dadas por Mestre Avelino, da Macaya de Santo Antônio da Jurema (culto da Jurema Sagrada) e parente de Mestre Dioguinho.

Ode aos Malandros

Mensagem do Sr Zé Navalha
Boa Noite senhores da noite e do dia, das ruas vazias e das avenidas lotadas,
Que ganham a vida balançando nos coletivos,
Em meio à pobreza aparente que é material, Mas nunca de espirito.
Andamos nos meios onde somos chamados
Desde a Encruzilhada até o Campo Santo,
Da Ferrovia até a Ladeira.
Da rua asfaltada à estrada de terra,
Sou Malandro e quem não é,
Viver é malandragem pura, no bom sentido,
Na Fé da Oração a Nossa Senhora à Mironga do Candomblé,
Sentado à beira do Cruzeiro oro pelas almas que estão a pé,
Sem rumo na vida depois da vida,
No meu paletó branco, no lenço vermelho,
Enxugo uma lágrima sofrida e meu chapéu tiro àqueles que lutam,
À mãe solteira, à mãe abandonada, pela criança órfã,
Aos doentes que se curam na Fé,
Aos que vivem nas periferias na Fé da labuta na noite e no dia,
Tiro meu chapéu àqueles que na sua Fé fazem o bem onde quer que seja:
Sou Zé,
Sou Maria,
Sou Negro,
Sou Branco,
De Punhal, de Navalha e até Rosa e Cravo na mão,
Estou na luta no lado de lá, não facilito nada, apenas gingo,
Pra lá e pra cá e passo no jogo de cintura pela vida apertada.
Estou aqui para te escutar, te entender e mostrar que rumo tomar
Vou na Fé, na sua, na minha, na de Deus, mas vou, sempre…

Mensagem ditada por Sr Zé Navalha
Recebida por Rafael Martins Marcondes e dedicado a todos
aqueles que Malandramente vivem, lutam e ajudam.
E gentilmente passada pela minha irmã Diane

Caboclo Adauto, o Caboclo que virou Santo

Caboclo Adauto, o caboclo que virou santo

Texto de Edmundo Pelizzari sobre Santo Adauto

Maria Navalha

Maria Navalha

Maria Navalha